Voltou para a sua aldeia. E então começou a abraçar as pessoas. E as pessoas gostaram. Nunca disse uma palavra, ela só ouvia as pessoas e abraçava-as. E as pessoas sentiam-se muito melhor depois de ser abraçadas. Muitas pessoas então apreenderam o significado real da felicidade.
Cada noite, depois de ter passado o día a abraçar pessoas, a Ramatulaye voltava ao bosque e abraçava uma árvore, com a qual falava, ainda que sem palavras. Mas um dia, a Ramatulaye deixou de ser vista pela aldeia. As pessoas procuraram-na por toda a parte, mas não a encontraram. Então um rapazito que vira a Ramatulaye abraçar as árvores no bosque uma noite por acaso disse:
"A Ramatulaye costumava abraçar as árvores no bosque. Eu tenho-a visto."
E a gente despachou-se para o bosque e começou a abraçar as árvores, e depois abraçaram-se entre eles. Assim sentiram a Ramatulaye em toda a parte. Desde aquele dia, cada vez que uma pessoa abraça outra, reproduzem o primeiro abraço, quando a Ramatulaye abraçou a velha acácia, e os abraços criam uma cadeia sem palavras, porque as palavras já não são necessárias.
Frantz Ferentz, 2013
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