O capitão Feldespâtico foi o primeiro no seu concurso público para se tornar coronel.
Portanto, ele poderia escolher um novo destino, onde seria obedecido, respeitado e até admirado pelas suas medalhas, que, após um tempo também foram colocadas do lado direito do casaco, pois eram tantas e tantas.
Consultou antigos mapas. Procurou um lugar onde ele fosse como um vice-rei, onde todos inclinassem a cabeça à sua passagem. Foi assim que encontrou um lugar da pátria do qual nunca tinha ouvido falar: Rochedo da Fronteira, crucial para a segurança da pátria.
Se era da fronteira, seria ótimo, pois podia acontecer que tivesse que defender a pátria e assim ganhar mais medalhas.
Para lá foi. Porém, o Rochedo da Fronteira não era mesmo um posto militar, mas um ilhéu com um farol militar. O seu bom andamento era crucial para os barcos militares não terminarem na praia. Contudo, o pior era que ali não havia soldados a quem dar ordens e que o louvassem pelas suas medalhas. No ilhéu também morava um velho faroleiro surdo que apenas se ocupava do farol e aparentemente nem ficara a saber que chegara o coronel Feldespâtico, e um gato. Porém, os gatos, como todas as pessoas sabem, não gostam de obedecer ordens, mas sim que lhes obedeçam.
© Frantz Ferentz, 2023
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