segunda-feira, fevereiro 21, 2011

A porta burlona (1) [+12 anos].- XFC

À Antonella e ao seu dedo
A Antonella e al suo dito
=========================================(PT)=========================================


    A Antonela abriu a porta da casa. Vinha de fazer as compras no supermercado. Vinha toda carregada com a merluça de dois quilos, um alface grande como uma roda de camião, seis quilos de laranjas e um robô de companhia que estava de promoção.
    Estava para entrar na cozinha, quando, de repente, por alguma razão inexplicável, a porta da cozinha reagiu sozinha e esmagou um dedo da Antonela. Parecia que a porta tivesse vida própria.
    A Antonela sentiu uma dor aguda e logo largou um berro:
    "Uauuuuuuuuuuuuuuu"
    Os saquinhos de plástico cairam para o chão, mas como a merluça e o alface ficavam no fundo, funcionaram como um colchão.
    A Antonela correu para a casa do banho. Precisava pôr o seu dedo em água fria. Que dor, mãizinha. Aos poucos, o dedo começava a tomar uma cor violeta bastante feia.
    Voltou para a cozinha. Olhou para a porta. Não queria pensar que fosse a sua imaginação, mas parecia que a porta estivesse a rir..
    A Antonela pensou que, se calhar, deveria prestar mais atenção. Poderia acontecer que a porta reagisse violentamente. Mas a ação anterior pedia vingança, sim, vingança. A Antonela queria castigar a porta pelo seu comportamento.
    A porta começou a abalar, como se quiser provocá-la. Aquilo já era demasiado. A Antonela apanhou um desparafusador e foi para a porta com a intenção de a desmontar.
    Mas justo naquele preciso momento a porta do apartamento abriu violentamente. Um grupo de polícias de assalto irrompeu no apartamento. O chefe, todo vestido de preto, disse:
    "Senhora, está arrestada por atacar uma inocente porta de cozinha".
    A Antonela nem podia acreditar. O polícia lhe pôs as algemas e levou-a embora.
    E quando já estavam para saír, ela acordou. Tudo tinha sido um pesadelo, um maldito pesadelo.
    A Antonela levantou-se. Foi para a cozinha. Lá estava a porta dos seus sonhos. Mas, de repente, a porta começou a abalar e soou um riso misterioso. A Antonela não tinha qualquer dúvida. Tudo tinha sido um sonho premonitório.
    Sem dizer uma palavra, pegou no desparafusador...



* * *


    Uma hora depois, a porta da cozinha da Antonela estava colocado sobre um passo de peões no outro extremo da cidade. Estava aberta mais tinha acima um cartaz que dizia:
    «Sou a porta para outra dimensão. Atravessa-me se tiveres coragem».
    Mas a porta ficou lá apenas até que um condutor curto de vista a confundiu com a entrada a um estacionamento.


=========================================(IT)=========================================


    Antonella aprì la porta di casa. Veniva dal fare la spesa al supermercato. Era caricatissima con un merluzzo di due chili, una lattuga grande come una ruota di camion, sei chili di arancie e un robot di compagnia che era in offerta.
    Stava per entrare in cucina quando, all'improvviso, per qualche strana ragione, la porta della cucina si mosse da sola e schiacciò quel dito di Antonella. Sembrava come se la porta avesse vita propria.
    Antonella sentì un dolore acuto e addiritura urlò:
    "Uauuuuuuuuuuuuuuu"
    Le borse caddero sul pavimento, ma siccome il merluzzo e la lattuga erano in fondo, feceron il matterasso.
    Antonella corse in bagno per mettere il dito nell’acqua fredda. Che dolore, mamma mia. Pian piano, il dito cominciava a prendere un colore viola abbastanza brutto.
    Tornò in cucina. Guardò la porta. Non voleva pensare che era la sua immaginazione, ma sembrava che la porta ridesse.
    Antonella pensò che forse dovrebbe stare un po' attenta. Chissà se la porta potrebbe avere reazioni violente. Ma quell'atto domandava vendetta, sì, vendetta, Antonella voleva punire la porta per il suo atteggiamento. 
    La porta cominciò a dondolare, come se volesse provocarla. Quello già era troppo. Antonella prese un cacciavite e andò verso la porta pronta a smontarla.
    Ma in quel momento la porta dell'appartamento si aprì violentamente. Un gruppo di poliziotti fece irruzione nell'appartamento. Il capo, tutto vestito in nero, disse:
    "Signora, lei è in arresto per tantato attacco a un'innocente porta di cucina". Antonella non ci poteva credere. Il poliziotto l'ammanettò e se la portò via.
    E proprio quando stava per uscire, si svegliò. Tutto era stato un incubo, un maladetto incubo.
    Antonella si alzò. Andò in cucina. Là stava la porta dei suoi sogni. Però, all'improviso, la porta cominciò a dondolare e suonò un riso misterioso. Antonella non aveva nessun dubbio. Tutto era stato un sogno premonitore. 
    Senza dire una parola, pigliò il cacciavite...
    

* * *




    Un'ora dopo la porta della cucina di Antonella era all'entrata di un passo pedonale nell'altro estremo della città. Era aperta ma sopra c'era un cartello che diceva:

    «Sono la porta per un'altra dimensione. Attraversami se ne hai il coraggio».
    Ma la porta rimase lì finché un autista miope la scambiò per l'entrata di un parcheggio.


© Texto: Xavier Frías Conde, 2011
Correzioni italiane: Marco Lodde

Sem comentários: